O Lúdico na Psicoterapia Infantil: Brincar é também um caminho para curar
Lembre-se: brincar é coisa séria e pode ser também um dos caminhos mais poderosos para o cuidado da saúde mental infantil.
Tatiana Martins
9/20/20252 min read


Vivemos em uma sociedade cada vez mais acelerada e exigente, onde até mesmo as crianças acabam sendo pressionadas a lidar com demandas emocionais e sociais para as quais, muitas vezes, ainda não estão preparadas. Nesse contexto, a psicoterapia infantil surge como um espaço de acolhimento e desenvolvimento. E, dentro dela, o lúdico não é apenas um recurso, mas uma linguagem fundamental para acessar o mundo interno da criança.
A Linguagem da Infância
Para os adultos, as palavras são o principal canal de expressão. Já as crianças comunicam suas emoções, angústias, desejos e necessidades através do brincar. Cada desenho, cada jogo simbólico, cada história inventada carrega significados profundos. O lúdico funciona como ponte entre o mundo interno e externo, permitindo que o psicólogo compreenda aspectos emocionais que, muitas vezes, não seriam acessados apenas pela fala.
O Impacto do Lúdico na Psicoterapia
A utilização de jogos, brinquedos e atividades criativas na terapia infantil proporciona:
Facilitação da expressão emocional – o brincar ajuda a criança a falar de sentimentos difíceis, como medo, tristeza ou raiva.
Desenvolvimento de habilidades sociais – através de jogos de regras e interações lúdicas, a criança aprende a compartilhar, esperar sua vez e lidar com frustrações.
Redução da ansiedade – atividades lúdicas promovem relaxamento e sensação de segurança, fundamentais para o vínculo terapêutico.
Reestruturação cognitiva – dentro da abordagem cognitivo-comportamental, o brincar permite que pensamentos disfuncionais sejam identificados e trabalhados de maneira acessível para a criança.
O Lúdico e a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
Na TCC infantil, o lúdico ganha ainda mais relevância porque possibilita trabalhar pensamentos automáticos, crenças nucleares e estratégias de enfrentamento de forma prática e significativa. Um jogo de cartas pode ajudar a identificar emoções, uma dramatização pode simular situações de ansiedade e um desenho pode revelar padrões de pensamento. Assim, o brincar deixa de ser apenas entretenimento e passa a ser uma ferramenta terapêutica estruturada.
Um Convite aos Pais e Educadores
Muitas vezes, o brincar é visto como “perda de tempo” ou algo menos importante frente às obrigações escolares. No entanto, é justamente no espaço lúdico que a criança encontra segurança para se expressar e elaborar suas vivências.
Pais e educadores podem contribuir criando ambientes que favoreçam o brincar, respeitando esse tempo como parte essencial do desenvolvimento emocional e cognitivo.
O lúdico, dentro da psicoterapia infantil, não é acessório: é essência. É a linguagem pela qual a criança pode ser ouvida, compreendida e cuidada. Ao valorizar o brincar, damos à infância o respeito que ela merece, ajudando os pequenos a desenvolverem autoestima, habilidades emocionais e recursos para enfrentar os desafios da vida de forma mais saudável.
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